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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 0:50:42 GMT -5
Tratado sobre o Goticismo
O termo gótico é derivado dos Godos, povo europeu considerado bárbaro e precursor do estilo arquitetônico que se oporia ao românico na Europa medieval. A questão é: Qual a relação entre os Godos e o ‘‘goticismo social’’ ?
A arquitetura gótica era considerada opositora as tendências medievais. Então, a idéia de ‘‘contramovimento’’ foi associada a qualquer manifestação artística não convencional, sendo assim, designada como “gótico”.
Busquemos a essência de outros movimentos culturais, religiosos, sociais. Por exemplo: Cristão é aquele que segue Cristo. Então, gótico é o adepto do goticismo. Neste caso, a apreciação intrínseca pela arte cemiterial, o cultivo da tristeza e melancolia, sugerem o contramovimento ocorrido na era medieval, mas agora rompendo as fronteiras das artes e alcançando a condição de segmento social. Portanto, o goticismo ainda é o oposto. Mas desta vez, é o outro pólo dos modos de vida da maior parte da população. A filosofia gótica contraria as tendências fugazes, contrapõe-se aos rótulos e modismos, choca-se com os ideais eternamente consolidados da sociedade.
Trazendo para os dias atuais, vemos na mídia uma busca intensa pelo mercantilismo, a indução selvagem ao status social e a exploração da arte pelo consumismo. Já o goticismo é tão restrito, que suas manifestações artísticas não são difundidas pelos meios de comunicação mais acessíveis, ficando limitadas aqueles que buscam a face obscura da vida e da arte, formando um sub-mundo abstrato.
Ainda assim, é impossível defilir com precisão um termo que designa personalidades; características individuais que diluem numa expressão cultural muito variada. Sintetizar em palavras o elemento gótico será apenas uma tentativa de comprimir um universo de questões filosóficas, espirituais e ideológicas que agem diretamente na razão humana. Portanto, qualquer definição sobre o elemento gótico será frágil e incompleta. Mas poderíamos resumir gótico, como o indivíduo de personalidade introspectiva e melancólica (além de tantas outras conotações empregadas ao termo no decorrer dos séculos). Vestir-se com trajes pretos e freqüentar cemitérios é apenas uma de suas características. Ser gótico é, antes de tudo, cultivar e preservar a solidão (não a solidão literal, mas sim a interior), buscando no ego respostas para as próprias aflições. O gótico não cultua o negativismo, porem convive em harmonia com a escuridão. Possui uma sensibilidade à detalhes intrínsecos que a maioria das pessoas não possui. Ele já nasce gótico, não existindo assim transformação, e sim um encontro e uma identificação com algum tipo de manifestação gótica.
Embora nem sempre manifestadas, tristeza e melancolia são sentimentos constantes na personalidade gótica. É o combustível da criação gótica, já que inspiram diversas obras literárias, musicais e em outros tantos segmentos artísticos. Falar sobre tristeza é diferente de falar sobre pessimismo, desilusão, aflição, desespero. Estar triste é estar em paz com o ego; é retroceder na alma a tal ponto que o indivíduo fique submerso em si. Tristeza não é um sentimento negativo; assim como os cemitérios não são ambientes degradantes. Tristeza é o remanso do espírito; é paz introspectiva e nostálgica, não é antônimo de felicidade...
Esteticamente a arte gótica vai além da atmosfera sombria, explora também o surrealismo como base de qualquer criação. Na literatura abordam-se temas como a morte, o terror, desilusão, amores platônicos, dramas e tragédias. Na música, percebe-se a influência do que foi denominado “existencialismo” além das outras já citadas. Introspeção e uma agressividade camuflada compõe finalmente o que nós resumimos como atuação do goticismo, em várias manifestações em que é possível expressar a melancolia e a tristeza.
Sabemos que as definições sempre são distantes da essência, e o goticismo não pode ser compactado em poucas linhas. Entretanto, em nossa ótica, tentamos expor uma fração atômica do que é a cultura mais sensível e sutil que o homem pode criar. Sutil e sensível, porque alguns conhecem o goticismo, mas poucos podem sentir e entender...
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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 0:52:12 GMT -5
O universo do goticismo representa uma cultura extremamente ampla e segmentada em várias direções artísticas. A literatura, a música e as artes plásticas são apenas alguns exemplos.
Historicamente, as manifestações artísticas opositoras e pouco aceitas pela sociedade, foram classificadas como sub-cultura. A arte gótica enquadra-se nesse padrão. Assim esse conceito atravessou os séculos durante o início da idade média até a época contemporânea. Mas o goticismo foi agregando em si outras características que vieram fundir-se com a postura primitiva. O romantismo exacerbado, o surrealismo e o decadentismo aliado a uma atmosfera “dark medieval” são alguns itens que compõem as bases da criação gótica.
Mas toda a cultura gótica mantém-se ativa devido ao “indivíduo gótico”.Na sociedade e nos grandes centros urbanos, o gótico é visto como alguém de personalidade obscura e tendências mórbidas.
Mas a alma que alimenta o gótico é muito mais profunda, e não pode ser resumida em uma simples análise.
Freqüentar cemitérios ou ouvir musicas “depressivas” são apenas uma das expressões góticas. Na verdade, o principal fator é a identificação com o lado sombrio da alma...
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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 0:55:06 GMT -5
Ocultismo
O movimento gótico não define religião alguma. Porém, não podíamos nos esquivar da espiritualidade que vai além das manifestações culturais. Nosso objetivo não é divulgar qualquer tradição ou seita religiosa; mas projetar através dos tópicos deste site algumas das várias expressões da crença humana.
Magia branca, magia negra e alta magia, wicca, paganismo e cristianismo... São apenas algumas manifestações da espiritualidade. Mas a maior parte desses segmentos estão ligados entre si. Por exemplo, a Cruz (símbolo maior do cristianismo) é uma referência de origem egípcia, ainda no período pré-cristão. Tempos depois, foi adotado pelos pagãos; só então a cruz foi inserida na liturgia católica. Os outros símbolos como o pentagrama, a espada, a lua etc., assumiram diferentes significados entre as tradições e dependendo de onde seriam aplicados. Mas todos tem uma mesma origem: a civilização egípcia. Que por sua vez poderia ter sucedido os astecas; que podem ser os remanescentes de Atlântida...
Como vimos, não existem bases confiáveis para se estabelecer um ponto de partida comum das crenças. Mas existem semelhanças entre as culturas de civilizações distantes. Alguns povos de continentes e épocas diferentes cultivam crenças e rituais comuns.
O cristianismo absorveu muitos elementos dos rituais pagãos. A hóstia, o vinho e os incensos são vestígios das celebrações antes de Cristo; esses elementos são comuns também em algumas religiões orientais.
Por volta do século XII o Papa Inocêncio III inseriu a Santa Inquisição numa tentativa de anular o paganismo através da força política que possuía a Igreja Católica. Por toda a idade média até o século XVIII milhões de pessoas foram queimadas na “Fogueira Santa”. Mas por uma dessas incoerências históricas, o paganismo não foi totalmente diluído. Pelo contrário, se fortaleceu e continua ativo; e suas disseminações originaram outras seitas.
No início do Cristianismo, os seguidores espalhavam-se pelo mundo levando os mandamentos de Jesus. Via-se emergir templos fundados pelos apóstolos, até o momento que houve uma união entre essas seitas que culminou na fundação da Igreja Católica. Os textos canônicos que compõe a bíblia sagrada supostamente seriam a descrição da vida de Jesus e seus mandamentos. Porém, estes documentos são em número muito maior aos que foram reunidos no livro principal dos cristãos. Os textos que continham passagens consideradas fantasiosas pelos fundadores do catolicismo, foram simplesmente ignorados ou destruídos. A esses documentos não inclusos dá-se o nome de Apócrifos. Ainda, podemos citar as inúmeras alterações sofridas pela bíblia no decorrer dos séculos; suas traduções para vários idiomas e a “adequação” para certas ramificações do catolicismo.
Portanto, após tantas divagações e suposições chegamos a conclusão de que, quanto mais o tempo passa, mais longe estamos de algo que possa ser reconhecido como uma verdade inquestionável...
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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 0:58:58 GMT -5
Literatura Gotica
Na literatura gótica é possível encontrarmos uma definição estética e ideológica sobre os vários aspectos que compõe esta sub-cultura. Basicamente, os temas que a envolvem criam uma atmosfera sombria em cenários medievais, aliados a enredos em que os principais personagens são os anti-heróis.
Com a popularização da literatura, o movimento gótico e suas mani- festações ganharam adeptos na sociedade burguesa e principalmente entre os escritores que surgiam e se identificavam com esta proposta soturna. Os sentimentos de tristeza profunda, melancolia, intimismo e egocentrismo foram aliados a temática gótica, criando os alicerces e definindo com nitidez o estilo literário que seria incluído no segundo período do Romantismo.
A literatura gótica, de linguagem e temas lúgubres, seria classificada no segundo período do Romantismo como o “Ultra-Romantismo”. O prefixo “ultra” foi adicionado a palavra “romantismo” para identificar a excessiva valorização sentimental inserida ao estilo. Ainda sim, foi uma classificação suave para definir contos e poesias inspirados na face obscura da alma humana.
Também chamado de “mal-do-século”, o ultra-romantismo combinava em si os elementos da literatura gótica somados ao pessimismo, tédio intrínseco, escapismo, culto da solidão e subjetivismo. Mesmo assim, não se pode dizer que exista uma diferença relevante entre literatura gótica e ultra-romantismo; há apenas um acréscimo de valores espirituais e emocionais à medida que a linguagem e os temas foram se expandindo. Enfim, literatura gótica e ultra-romantismo são essencialmente a mesma manifestação literária.
É importante salientar a oposição social e principalmente acadêmica em relação a literatura gótica. Os poetas ultra-românticos eram pejorativamente chamados de “poetas de cemitério’’. E todos os escritores e leitores adeptos do goticismo classificados como “alunos da escola de morrer cedo”. Porém, a contribuição da produção ultra-romântica para a literatura mundial é inegável.
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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 1:03:26 GMT -5
Musica
Não poderíamos falar da cultura gótica sem nos referirmos a música; que é a maior responsável pela popularização do movimento nos últimos anos. Foi através dela que o goticismo rompeu as fronteiras do obscurantismo e emergiu no cenário underground. Incorporando elementos da literatura em seus temas principais, a música gótica é uma ramificação das tendências sombrias e opositoras do movimento.
Existe alguma controvérsia em relação a criação e o início da música gótica. Sabe-se que o apogeu ocorreu em meados da década de 80. Mas uma das versões estabelece os primeiros passos na Inglaterra do período pós-punk em meados da década de 70. Porém, a versão mais aceita é que surgiu e foi difundida na Alemanha na década de 60, que atravessava um momento político de transição. Assim, as bandas do cenário underground alemão absorveram o pessimismo e a descrença social, inserindo à suas letras o desânimo e o decadentismo, assim como os arranjos que também tornaram-se mais melancólicos e sombrios. Algum tempo depois, quando a Inglaterra passava por uma situação semelhante, as bandas da periferia londrina passaram a adotar essa postura, assimilando e divulgando o estilo para o resto do mundo. Portanto, a origem é alemã, mas a principal expressão ocorreu na Inglaterra. A partir desse momento o goticismo ía além da arquitetura e do ultra-romantismo; manifestava-se também através da música, que seria um dos principais veículos de expressão do movimento.
Atualmente existem várias derivações da música gótica, que vão desde as letras soturnas aos temas intimistas e filosóficos; desde os arranjos e construções harmônicas do heavy metal a sonoridade clássica medieval, passando também pelos timbres eletrônicos assimilados por bandas “bastardas” do segmento gótico.
Rotular as bandas entre esses segmentos torna-se relativo. Pois se não existe uma forma concreta para definir o elemento gótico, também não existe um padrão para enquadrar as músicas criadas no goticismo. É muito mais simples definir apenas como música gótica.
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Post by Abssynto on Dec 9, 2004 1:07:42 GMT -5
Estilos
Sabemos da polêmica que envolve o surgimento da música gótica. Mas as indefinições não estão restritas apenas no que diz respeito ao país de origem...
Se é difícil definir o que é o indivíduo gótico; então como classificar a música dos góticos? Como encontrar parâmetros que distingüam este estilo musical ?
Existem alguns elementos que podem ser comuns na musica gótica: arranjos e harmonizações que lembram o erudito; letras com temas ocultistas ou filosóficas; a atmosfera dark das bandas etc. Alguns derivados do heavy metal ou do new age foram incorporados ao gótico, assim a música gótica foi subdividida em alguns segmentos:
Rock Gótico – É o primeiro estilo considerado música gótica. Possui letras filosóficas e melancólicas. O instrumental é simples, com guitarras, baixo e bateria. O vocal é pesado, grave e algumas vezes urrante. The Sisters of Mercy, Siouxsie & The Banshees são algumas bandas representantes deste segmento.
Pop Gothic – Este estilo de música gótica que oscila entre a depressão e a euforia, tanto nos arranjos como nos temas. O Pop Gothic é aceito por várias tribos e assimilado por outras tantas ideologias. É considerado um dos mais populares e difundidos além do meio underground. Bandas: The Cure, Depeche Mode...
Gótico Eletrônico – É um dos segmentos que causam mais polêmica. É ignorado por alguns góticos, e idolatrado por outros. Marilyn Manson, e sua música “satânica” é um ótimo exemplo do gótico eletrônico; porém este estilo também é chamado de Rock Industrial e assimila elementos dos outros estilos góticos, como as letras obscuras e arranjos macabros.
Classics/Lírico/Ethereal/DarkWave – Esta facção da música gótica é muito bem aceita pelo publico erudito. O gótico Lírico agrega em si elementos da música clássica. Com arranjos orquestrados de violino e piano, somados aos vocais sopranos e tenores, torna-se um estilo mais sofisticado e “limpo” aos ouvidos. As letras exploram temas culturais mais intelectualizados, mas sem deixar de lado a face filosófica e noturna. Algumas vezes também é associado ao New Age ou World Music. Bandas como o Opera Multi Steel, Dead Can Dance e Era, são alguns exemplos do estilo.
Gothic Metal – É um dos estilos mais recentes. Houve uma divulgação muito intensa nos últimos anos, principalmente na década de 90. Combina o metal com o clássico. Aliado a um vocal masculino extremamente grave, com vocais femininos líricos (sopranos), o Gothic Metal mantém a postura de temas ocultos e filosóficos. Os arranjos também usam violinos, pianos e outros instrumentos eruditos. Nesse estilo, percebe-se também a inclusão de corais de vozes e letras em latim. A banda holandesa After Forever pode ser considerada uma das maiores referências desse estilo.
Doom Metal – A palavra “Doom” significa “condenação” ou “juízo final”. Este conceito é suficiente para termos uma idéia básica do Doom Metal. Uma das primeiras bandas a receberem este rótulo foi o Black Sabbath nos anos 70. Porém, o Doom Metal foi ganhando adeptos e na década de 90 surgiram outras bandas que incorporaram novos elementos sonoros, a influência temática do Gótico chegou ao Doom. Paradise Lost e Theatre of Tragedy inovaram com os vocais femininos líricos. Assim o Doom Metal foi “inserido” no estilo de música gótica.
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Post by AndyLaRocque on Dec 11, 2004 15:55:57 GMT -5
Gothic Metal – É um dos estilos mais recentes. A banda holandesa After Forever pode ser considerada uma das maiores referências desse estilo. Uma outra excelente banda de Gothic Metal: 'GRAVEWORM'.
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Post by Abssynto on Dec 11, 2004 17:27:54 GMT -5
Uma outra excelente banda de Gothic Metal: 'GRAVEWORM'. Conheço muito pouko deles , mas o q eu conheço eu gostei ! E num é gótiko naum, é bem black/death !! Aliás, na entrevista do Stormlord eles citam a banda , que é italiana !
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Post by Dudu on Dec 11, 2004 19:01:37 GMT -5
Uma outra excelente banda de Gothic Metal: 'GRAVEWORM'. mto boa mesmo
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Post by -=|£ÜcÎ|=Ë®|=- on Dec 14, 2004 21:19:11 GMT -5
odeio goticos saum uns merdas
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Post by AndyLaRocque on Dec 18, 2004 10:34:19 GMT -5
odeio goticos saum uns merdas Eu já gosto das góticas. Claro, as posers e gatas.
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Post by Dudu on Dec 18, 2004 21:58:04 GMT -5
Eu já gosto das góticas. Claro, as posers e gatas. hehehe elas dao tesao; os unicos tipo d muie q nao rola eh evangelica, sao nojentas
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anciao
Queen Of Winter Throned
Posts: 14
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Post by anciao on Dec 28, 2004 10:26:34 GMT -5
Eu já gosto das góticas. Caraca veio concordo plenamente contigo nada melhor do que uma mina branquela com uma maquiagem dark. Po e na cama depois de uns tapas ela fica toda vermelha e marcada com cera quente e veio nada melhor.HeHeHe Mas mudando de assunto ... o gotico metal nao foi uma evoluçao dos darks da decada de 80 Falo e valeu !!!
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Post by ladyabortion on Dec 29, 2004 12:41:52 GMT -5
Eu já gosto das góticas. Claro, as posers e gatas. somos dois .... mas o goticismo me atrai um pouco tambem X)
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Post by -=|£ÜcÎ|=Ë®|=- on Dec 29, 2004 17:16:46 GMT -5
hohohoh quem naum gosta das goticas eu me referi aos goticos! masculino hauhauhauhuahuaa
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