Post by Abssynto on Aug 14, 2004 23:49:54 GMT -5
O QUE É UM VAMPIRO :
A definição comum nos dicionários serve como referência para a investigação:
Vampiro é um cadáver reavivado que levanta do túmulo para sugar sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida. Essa descrição certamente se adapta a Drácula, o vampiro mais famoso, mas é apenas um ponto de partida e rapidamente se prova inadequada quando nos aproximamos do reinado do folclore vampírico.
De modo algum todos os vampiros se encaixam nessa descrição. Nem todos os vampiros são corpos ressucitados. Inúmeros deles são espíritos demoníacos desencarnados. Nessa ordem de idéias estão os inúmeros vampiros e demônios vampíricos da mitologia indígena e os lamiai da Grecia..
Algumas vezes emergem como uma forma de vida inteligente (provavelmente do espaço sideral ou produto de uma mutação genética) ou ainda como seres humanos normais que têm um hábito em comum (como beber sangue), ou o poder de drenar as pessoas emocionalmente. Os animais vampiros estão de forma alguma ausentes da literatura.
Portanto os vampiros existem em numerosas formas, embora a grande maioria seja de mortos que ressuscitam. Conforme é de conhecimento geral, a característica compartilhada por todas essas diferentes entidades vampíricas é a sua necessidade de sangue, que retiram de seres humanos e animais. Uma multidão de criaturas do mundo da mitologia têm sido chamada de vampiro na literatura popular simplesmente porque sugar o sangue periodicamente era um de seus atributos.
Alguns vampiros não tomam sangue, pelo contrário sugam da vítima sua força vital. A pessoa atacada por um vampiro tradicionalmente sofre pela perda de sangue, o que causa uma série de sintomas: fadiga, perda de cor no rosto, apatia, motivação esvaziada e fraqueza.
Várias condições que não envolvem perda de sangue também apresentam esses mesmos sintomas. Por exemplo, se não for controlada, a tuberculose é uma doença que depaupera o organismo e é parecida com as tradicionais descrições resultantes do ataque de vampiro. Os escritores românticos do século 19 e os ocultistas sugeriram que o vampirismo envolvia a perda da força psíquica para o vampiro, e descreveram relacionamentos vampíricos que tinham pouco a ver com a troca de sangue. O próprio Drácula citou a Bíblia ao afirmar que "sangue é vida". Portanto não é necessariamente o sangue que o vampiro procura, mas sim a energia psíquica, que acredita-se, é levada por ele. No outro extremo, alguns vampiros modernos são apenas bebedores de sangue. Eles não atacam nem drenam suas vítimas mas conseguem sangue de várias maneiras legais, localizando um doador voluntário ou as fontes de um banco de sangue. Nesses casos, o consumo do sangue tem pouco a ver com qualquer relacionamento contínuo com a fonte de sangue. Muitas vezes o vampiro moderno afirma conseguir um alto-astral psicológico ou sexual ao beber sangue. De modo geral os vampiros estão indisponíveis para exame, pois com algumas pequenas exceções, o que existe é somente a crença humana no vampiro...
A LENDA DOS VAMPIROS :
A lenda do vampiro vem de um imaginário popular das populações do leste europeu, especificamente a região englobada pela Hungria, Romênia, partes da Alemanha e da Áustria.
Lá se encontram toda uma série de crenças e lendas sobre vampiros:
Pessoas que morreram em situação tida como periculosa (suicídio e excomunhão são duas delas), que se levantam das tumbas - geralmente insuflados por alguma entidade maligna como o demônio, e retornam ao meio social em que vivem para atormentar os vivos e fazer deles suas vítimas, sugando-lhes o sangue até a morte.
Geralmente, a maneira mais acertada para identificar um vampiro e eliminá-lo era desenterrar um corpo e verificar se ele estava decomposto ou não. Caso não estivesse, era considerado um vampiro e prosseguia-se com a inserção de uma estaca de madeira no coração, desmembramento do corpo e posterior incineramento.
No século XVIII na Europa, um amplo e extenso debate ocorreu em torno do tema. Em parte motivados pelas constantes histórias de ocorrências destas criaturas no leste, religiosos motivados por crises de histeria e intelectuais inspirados pelo nascente iluminismo, dedicaram-se ao estudo de tais casos.
Talvez o que haja de maior destaque deste período seja o tratado de Dom Augustin Calmet. Muito ligado ao crescente racionalismo iluminista, estes debates se limitaram a considerar o fenômeno como mera superstição ou crendices de camponeses brutos.
No século XIX, com a ascensão do espiritismo, o mito do vampiro volta novamente, mas como uma figura real. Desenvolveu-se a idéia de vampirismo psíquico. Seria este o corpo-astral de vivos ou de mortos que teria a peculiaridade de sugar a energia vital das pessoas? Depositário de tanta energia vital - a sua energia natural mais a de suas vítimas - eles seriam identificados pela não decomposição de seus corpos quando mortos, apresentando sinais de contínuo desenvolvimento biológico. Isto ao menos explicaria as histórias vindas do leste europeu.
Porém, já em nosso século, um religioso anglicano e, posteriormente católico, chamado Augustus Montague Summers (1880 - 1948) - descreveu tal criatura de outra forma. Interessado em ocultismo, estudou bruxaria, magia, lobisomens e, claro, vampiros. Em Oxford, concentrou-se no estudo do vampirismo, escrevendo seu primeiro trabalho sobre o gênero, chamado "The Vampire: His Kith and Kin", publicado em 1928.
Nele Summers define que o vampiro não deve ser entendido simplesmente como um morto-vivo. As obras de Summers revelam-se extremamente úteis por englobar as mais variadas informações de maneira completa e detalhada; porém, devem ser lidas com cuidado.
Como religioso, Summers acredita nos vampiros como figuras maléficas reais a espreitarem o ser humano. Ao identificar o vampiro em todo o mundo, iguala-o ao demônio, presente onde os "filhos de Deus estiverem".
Hoje em dia, o vampiro é uma figura presente em todas as culturas, porém já não como figura real, mas como um arquétipo; a expressão simbólica de uma experiência elementar comum a todos os seres humanos devido a sua biologia. A chave desta interpretação reside no conceito que é utilizado.
Se considerarmos o vampiro apenas como um morto-vivo sugador de sangue, mais uma vez nos restringiremos à região do leste europeu acima descrita. Porém, se transformarmos as formas em símbolos nos apegando ao que é essencial, veremos que o vampiro pode ser uma figura sobrenatural (divina ou maligna) que tem a peculiaridade de sugar a "energia vital" de suas vítimas.
Com este conceito, diversas figuras das mais diferentes culturas poderão ser encaixadas no termo vampiro, como por exemplo as figuras dos Incubus e Sucubus, da Idade Média. Longe de encontrarmos uma definição e uma compreensão definitiva sobre o tema - mesmo porque talvez este objetivo seja apenas uma ilusão -, o vampiro permanece uma incógnita. Variadas são as teses que o explicam tanto quanto as dúvidas que pairam sobre ele.
INCUBUS/SUCUBUS :
O incubus era uma figura demoníaca intimamente associada ao vampiro. Era conhecida pelo hábito de invadir o quarto de uma mulher à noite, deitar-se sobre ela para que seu peso ficasse bem evidente sobre seu peito, forçando-a a fazer sexo.
O sucubus, a contra-parte feminina do incubus, atacava os homens da mesma maneira. A experiência do ataque de um destes seres variava do extremo prazer ao absoluto terror.
O incubus/sucubus se parecia com um vampiro, na medida em que atacava as pessoas durante a noite enquanto dormiam. Freqüentemente atacava a mesma pessoa noite após noite, como o vampiro dos ciganos, deixando suas vítimas exaustas. Entretanto era diferente do vampiro, no sentido de que não sugava sangue e não roubava a energia vital.
O incubus parece Ter se originado na antiga prática de incubação, onde uma pessoa ia ao templo de uma divindade e lá pousava. No decurso da noite, a pessoa teria um contato com a divindade. Muitas vezes esse contato envolvia relações sexuais, ou na forma de sonho ou com um dos representantes da divindade.
Muitas vezes esses contatos envolviam relações sexuais, em sonhos, ou um representante humano. Isso estava na raiz de diversas práticas religiosas, incluindo a prostituição nos templos. A religião de incubação mais bem sucedida estava ligada a Esculápio, um deus da cura que se especializara, entre outras coisas, em curar a esterilidade.
O cristianismo, que comparou as divindades pagãs aos seres demoníacos, encarava essa prática de relações com uma divindade como uma forma de atividade demoníaca.
Através dos séculos duas principais correntes de opinião sobre as origens dos incubus e sucubus competiam uma contra a outra. Alguns a viam como sonhos, invenções de uma vida fantasiosa da pessoa que experimentava tais visitações.
Outros argumentavam a favor da existência objetiva dos espíritos malignos. No século 15 os líderes religiosos, especialmente os que estavam ligados à inquisição, preferiam esta última explicação, ligando a atividade destes seres com a bruxaria.
O grande instrumento dos caçadores de bruxas, Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas) supunha que todas as bruxas se submetiam voluntariamente aos incubus.
A definição comum nos dicionários serve como referência para a investigação:
Vampiro é um cadáver reavivado que levanta do túmulo para sugar sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida. Essa descrição certamente se adapta a Drácula, o vampiro mais famoso, mas é apenas um ponto de partida e rapidamente se prova inadequada quando nos aproximamos do reinado do folclore vampírico.
De modo algum todos os vampiros se encaixam nessa descrição. Nem todos os vampiros são corpos ressucitados. Inúmeros deles são espíritos demoníacos desencarnados. Nessa ordem de idéias estão os inúmeros vampiros e demônios vampíricos da mitologia indígena e os lamiai da Grecia..
Algumas vezes emergem como uma forma de vida inteligente (provavelmente do espaço sideral ou produto de uma mutação genética) ou ainda como seres humanos normais que têm um hábito em comum (como beber sangue), ou o poder de drenar as pessoas emocionalmente. Os animais vampiros estão de forma alguma ausentes da literatura.
Portanto os vampiros existem em numerosas formas, embora a grande maioria seja de mortos que ressuscitam. Conforme é de conhecimento geral, a característica compartilhada por todas essas diferentes entidades vampíricas é a sua necessidade de sangue, que retiram de seres humanos e animais. Uma multidão de criaturas do mundo da mitologia têm sido chamada de vampiro na literatura popular simplesmente porque sugar o sangue periodicamente era um de seus atributos.
Alguns vampiros não tomam sangue, pelo contrário sugam da vítima sua força vital. A pessoa atacada por um vampiro tradicionalmente sofre pela perda de sangue, o que causa uma série de sintomas: fadiga, perda de cor no rosto, apatia, motivação esvaziada e fraqueza.
Várias condições que não envolvem perda de sangue também apresentam esses mesmos sintomas. Por exemplo, se não for controlada, a tuberculose é uma doença que depaupera o organismo e é parecida com as tradicionais descrições resultantes do ataque de vampiro. Os escritores românticos do século 19 e os ocultistas sugeriram que o vampirismo envolvia a perda da força psíquica para o vampiro, e descreveram relacionamentos vampíricos que tinham pouco a ver com a troca de sangue. O próprio Drácula citou a Bíblia ao afirmar que "sangue é vida". Portanto não é necessariamente o sangue que o vampiro procura, mas sim a energia psíquica, que acredita-se, é levada por ele. No outro extremo, alguns vampiros modernos são apenas bebedores de sangue. Eles não atacam nem drenam suas vítimas mas conseguem sangue de várias maneiras legais, localizando um doador voluntário ou as fontes de um banco de sangue. Nesses casos, o consumo do sangue tem pouco a ver com qualquer relacionamento contínuo com a fonte de sangue. Muitas vezes o vampiro moderno afirma conseguir um alto-astral psicológico ou sexual ao beber sangue. De modo geral os vampiros estão indisponíveis para exame, pois com algumas pequenas exceções, o que existe é somente a crença humana no vampiro...
A LENDA DOS VAMPIROS :
A lenda do vampiro vem de um imaginário popular das populações do leste europeu, especificamente a região englobada pela Hungria, Romênia, partes da Alemanha e da Áustria.
Lá se encontram toda uma série de crenças e lendas sobre vampiros:
Pessoas que morreram em situação tida como periculosa (suicídio e excomunhão são duas delas), que se levantam das tumbas - geralmente insuflados por alguma entidade maligna como o demônio, e retornam ao meio social em que vivem para atormentar os vivos e fazer deles suas vítimas, sugando-lhes o sangue até a morte.
Geralmente, a maneira mais acertada para identificar um vampiro e eliminá-lo era desenterrar um corpo e verificar se ele estava decomposto ou não. Caso não estivesse, era considerado um vampiro e prosseguia-se com a inserção de uma estaca de madeira no coração, desmembramento do corpo e posterior incineramento.
No século XVIII na Europa, um amplo e extenso debate ocorreu em torno do tema. Em parte motivados pelas constantes histórias de ocorrências destas criaturas no leste, religiosos motivados por crises de histeria e intelectuais inspirados pelo nascente iluminismo, dedicaram-se ao estudo de tais casos.
Talvez o que haja de maior destaque deste período seja o tratado de Dom Augustin Calmet. Muito ligado ao crescente racionalismo iluminista, estes debates se limitaram a considerar o fenômeno como mera superstição ou crendices de camponeses brutos.
No século XIX, com a ascensão do espiritismo, o mito do vampiro volta novamente, mas como uma figura real. Desenvolveu-se a idéia de vampirismo psíquico. Seria este o corpo-astral de vivos ou de mortos que teria a peculiaridade de sugar a energia vital das pessoas? Depositário de tanta energia vital - a sua energia natural mais a de suas vítimas - eles seriam identificados pela não decomposição de seus corpos quando mortos, apresentando sinais de contínuo desenvolvimento biológico. Isto ao menos explicaria as histórias vindas do leste europeu.
Porém, já em nosso século, um religioso anglicano e, posteriormente católico, chamado Augustus Montague Summers (1880 - 1948) - descreveu tal criatura de outra forma. Interessado em ocultismo, estudou bruxaria, magia, lobisomens e, claro, vampiros. Em Oxford, concentrou-se no estudo do vampirismo, escrevendo seu primeiro trabalho sobre o gênero, chamado "The Vampire: His Kith and Kin", publicado em 1928.
Nele Summers define que o vampiro não deve ser entendido simplesmente como um morto-vivo. As obras de Summers revelam-se extremamente úteis por englobar as mais variadas informações de maneira completa e detalhada; porém, devem ser lidas com cuidado.
Como religioso, Summers acredita nos vampiros como figuras maléficas reais a espreitarem o ser humano. Ao identificar o vampiro em todo o mundo, iguala-o ao demônio, presente onde os "filhos de Deus estiverem".
Hoje em dia, o vampiro é uma figura presente em todas as culturas, porém já não como figura real, mas como um arquétipo; a expressão simbólica de uma experiência elementar comum a todos os seres humanos devido a sua biologia. A chave desta interpretação reside no conceito que é utilizado.
Se considerarmos o vampiro apenas como um morto-vivo sugador de sangue, mais uma vez nos restringiremos à região do leste europeu acima descrita. Porém, se transformarmos as formas em símbolos nos apegando ao que é essencial, veremos que o vampiro pode ser uma figura sobrenatural (divina ou maligna) que tem a peculiaridade de sugar a "energia vital" de suas vítimas.
Com este conceito, diversas figuras das mais diferentes culturas poderão ser encaixadas no termo vampiro, como por exemplo as figuras dos Incubus e Sucubus, da Idade Média. Longe de encontrarmos uma definição e uma compreensão definitiva sobre o tema - mesmo porque talvez este objetivo seja apenas uma ilusão -, o vampiro permanece uma incógnita. Variadas são as teses que o explicam tanto quanto as dúvidas que pairam sobre ele.
INCUBUS/SUCUBUS :
O incubus era uma figura demoníaca intimamente associada ao vampiro. Era conhecida pelo hábito de invadir o quarto de uma mulher à noite, deitar-se sobre ela para que seu peso ficasse bem evidente sobre seu peito, forçando-a a fazer sexo.
O sucubus, a contra-parte feminina do incubus, atacava os homens da mesma maneira. A experiência do ataque de um destes seres variava do extremo prazer ao absoluto terror.
O incubus/sucubus se parecia com um vampiro, na medida em que atacava as pessoas durante a noite enquanto dormiam. Freqüentemente atacava a mesma pessoa noite após noite, como o vampiro dos ciganos, deixando suas vítimas exaustas. Entretanto era diferente do vampiro, no sentido de que não sugava sangue e não roubava a energia vital.
O incubus parece Ter se originado na antiga prática de incubação, onde uma pessoa ia ao templo de uma divindade e lá pousava. No decurso da noite, a pessoa teria um contato com a divindade. Muitas vezes esse contato envolvia relações sexuais, ou na forma de sonho ou com um dos representantes da divindade.
Muitas vezes esses contatos envolviam relações sexuais, em sonhos, ou um representante humano. Isso estava na raiz de diversas práticas religiosas, incluindo a prostituição nos templos. A religião de incubação mais bem sucedida estava ligada a Esculápio, um deus da cura que se especializara, entre outras coisas, em curar a esterilidade.
O cristianismo, que comparou as divindades pagãs aos seres demoníacos, encarava essa prática de relações com uma divindade como uma forma de atividade demoníaca.
Através dos séculos duas principais correntes de opinião sobre as origens dos incubus e sucubus competiam uma contra a outra. Alguns a viam como sonhos, invenções de uma vida fantasiosa da pessoa que experimentava tais visitações.
Outros argumentavam a favor da existência objetiva dos espíritos malignos. No século 15 os líderes religiosos, especialmente os que estavam ligados à inquisição, preferiam esta última explicação, ligando a atividade destes seres com a bruxaria.
O grande instrumento dos caçadores de bruxas, Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas) supunha que todas as bruxas se submetiam voluntariamente aos incubus.