Cruelty And The Beast
"Cruelty and the Beast" (em português, "A Crueldade e a Besta") é um disco conceitual sobre a condessa húngara Elizabeth Bathory (1560-1614). Nascida no seio de uma família nobre, tornou-se a mulher mais sanguinária da história da Hungria. Foi condenada à prisão perpétua por diversos crimes cometidos em seu castelo ao longo dos anos, desde torturas e assassinatos até atrocidades das mais brutais contra seus empregados e convidados. "Cruelty and the Beast" relata os fatos que levaram Elizabeth a adquirir um perfil tão diabólico e insano, desde seus traumas de infância e adolescência, seu casamento com o Conde Ferenc Nadasdy, até os atos de crueldade em si e que marcaram seu nome na história. Para facilitar a compreensão das letras e da seqüência dos fatos narrados, é recomendável a leitura da história de Elizabeth Bathory, disponível no site Gothz Newz.
Once Upon Atrocity
(Instrumental)
Era Uma Vez Atrocidade
(Instrumental)
Thirteen Autumns and a Widow/Treze Outonos e uma Viúva
Como uma praga gerada de forma devassa
Em uma noite auspiciosa
Os olhos dela denunciavam os feitiços
Da luz assustadora da lua
Um olhar inquietante
Assombrando eternamente os mares distantes (que)
Sangravam brancos e sem vida
Sua mãe verdadeira fora alimentada
Para os lobos vorazes
Que os elementos guiaram
Das montanhas escarpadas
Que aparentemente cresceram em desconforto
Pelo bucho das matas
Uma carruagem negra era puxada
Flanqueada pelo relâmpago farpado
Que assobiava da tempestade
(Dourada nas cristas da raça Carpatiana) (1)
Trazendo as escravas até a sodomita
Para a recém-nascida
Naquela noite quando a própria Condessa
Acabou se deformando
Uma tragédia se associou ao nome Bathory
Elizabeth fora batizada
Menos pálida que uma rosa
Cresceu tão sombria quanto esta sílfide
Não mais fria em repouso
Sua beleza ainda tece as teias
Ao redor dos corações
Um olhar de noivado
Ela temia a luz
Então quando Ela caiu
No vício feito uma pecadora
Sob as regras austeras e puritanas
Ela se sacrificou...
Uma mandrágora igual as virgens
Aos traidores no paredão
Mas após o açoite dos anjos
Prisioneiros fustigados, escravizados
Jamais os sonhos Dela foram
Tão maniacamente cruéis
(E possuídos de tais prazeres)
Pois os corvos deram asas
Aos vôos noturnos Dela
De uma literatura erótica
Expulsa do púlpito sob vaias
Os tormentos a ocorrer
Meio informada do conluio dos demônios
Nela
Seus passos seguiram até o vodu
Para ver Sua própria sombra venerada
Às massas, sem falha
Embora em seu íntimo, Ela abominasse
Não a convenção de pretendentes Dela
Mas o olhar fixo do Mestre deles
“Eu devo desviar meus olhos aos hinos
Pois o olhar Dele traz dogmas à minha pele
Ele sabe que eu sonhei com ritos carnais
Com os Seus mortos-vivos por três longas noites"
Elizabeth ouvira
Nenhum sermão entoado
Arrastada como culpada até a Sua porta
Fez de Sua alma uma tumba de pedra
Pois Ela jurou que o Padre suspirou
Quando Ela se ajoelhou para se confessar...
Ela temia a luz
Então quando Ela caiu
No vício feito uma pecadora
Sob as regras austeras e puritanas
Ela se sacrificou
Sua decência tão casta
Para este lobo do clero
Que se lança para assombrar
O confessionário Dela
O perdão viria
Quando os pecados Dela fossem purgados
Pelo rebatismo na pureza...
O espelho arremessou grinaldas de Beladona (2)
Sobre o túmulo da inocência Dela
Seu rosto oculto cuspira assassinatos
De um sussurro a um grito
Todo o sono parecia amaldiçoado
Nos versos Faustianos
Mas lá naquele Inferno orgíaco
Nenhum horror era pior
Do que a revelação espelhada
Então ela beijou o falo do Diabo
Pelo próprio decreto Dela...
Então com as janelas escancaradas
Para o céu menstrual
Na véspera do solstício
Ela fugiu para o castelo em segredo
Uma filha da tempestade
Montada em Seu pesadelo favorito
Nos ventos sem oração
Estigmas ainda exsudam entre Suas pernas
Uma frieza de sangue
Que acarretou novos ódios
Ela procurou a Feiticeira
Através da neve e das matas úmidas
Até o covil da sodomita
Nove destinos depravados
Arremessaram lascas de ossos cortados
Para a garganta de Elizabeth
A danação venceu e urgiu a lua
Em solilóquio para vislumbrar
Transformar as árvores em lanças
Para assombrar um caminho
Além do uivo das ninfas sodomizadas
No alcance da sodomita
Até a vulva da floresta
Onde a bruxa ensinara a Ela
Inclusive temas mais sombrios
"Entre os amavios e melissas
Entre o sebo de homens estrangulados
E as verdades sobrenaturais, os maus agouros
Elizabeth voltara à vida novamente"
E sob as lacerações da aurora
Ela regressou
Como uma chama junto a uma caveira
Com a promessa de queimar
Os segredos concebidos enquanto Ela cavalgava
Através da névoa e do pântano
Para onde eles mostravam
As muralhas do castelo Dela
No qual contam-se os inquietos
Corvos da carniça
Ela despertou de uma fábula
Aos sinos fúnebres da igreja
Que a atormentava loucamente de seu sono
Tocados por um padre, auto-castrado e dependurado
Como um morcego sanguinário sob o campanário
A Bíblia tagarelou seus mantras
As bruxas triplicaram seis vezes seus honorários
Mas Elizabeth riu
Treze Outonos haviam passado
E Ela era uma viúva
De Deus e Sua ira, finalmente...
(1) Carpathian = Referência aos Montes Cárpatos, a segunda maior cadeia de montanhas da Europa, que se estende por cerca de 1.500 km ao longo das fronteiras da República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Romênia e Ucrânia.
(2) Belladonna = Do italiano, "A Bela Dama". Planta ornamental, originária da Europa e da Ásia, da família das solanáceas (Atropa belladona), dotada de folhas grandes e bagas globosas, medicinal, com propriedades diaforética e diurética, e cujo alcalóide, a atropina, é de uso perigoso.